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Gestão de Riscos em Tempos de Incerteza Econômica

REVISADO POR :

jadson

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Em um cenário econômico cada vez mais volátil, a gestão de riscos se consolidou como um elemento essencial para a sobrevivência e sustentabilidade das micro e pequenas empresas (MPEs). A 10ª edição do estudo “Gerenciamento de Riscos 2025”, elaborado pela KPMG em parceria com o ACI Institute e o Board Leadership Center, revelou que 82% das empresas abertas já possuem áreas dedicadas à gestão de riscos. Os principais fatores identificados são: riscos aos acionistas (98%), regulatório (97%), financeiro (97%), político/econômico (95%) e operacional (92%).

Embora o estudo tenha como foco empresas de maior porte, é evidente que as MPEs começam a incorporar essas práticas, impulsionadas por exigências legais e pela necessidade de maior resiliência. De acordo com a 4ª edição da “Pesquisa da Maturidade do Processo de Gestão de Riscos no Brasil” (2024), publicada pela KPMG, 59% das organizações já possuem políticas formais de risco — um avanço significativo frente aos 41% registrados em 2022. No entanto, apenas 43% dessas organizações integram os processos de risco ao planejamento estratégico, e observa-se uma redução na maturidade de uso de tecnologias (-10%) e na comunicação estruturada (-13%).

No Brasil, a regulamentação também tem papel decisivo. Desde 2022, a NR 01 exige a implantação do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) por parte de todas as empresas que contratam trabalhadores. Em maio de 2025, a norma foi atualizada para incluir riscos psicossociais — como estresse, assédio moral e emocional — no inventário obrigatório do PGR (gov.br, fasadv.com.br).

Como estruturar uma gestão de riscos eficaz nas MPEs

Para as micro e pequenas empresas, implantar uma política eficaz de gestão de riscos não precisa ser um processo complexo ou caro. Algumas práticas simples e acessíveis incluem:

  1. Mapeamento sistemático: identificar os riscos mais prováveis em diversas frentes (operacional, sanitária, climática, financeira, tecnológica, regulatória);
  2. Matriz de probabilidade x impacto: ferramenta sugerida pela ISO 31.000 que ajuda a priorizar quais riscos devem ser tratados primeiro;
  3. Cultura preventiva: engajar toda a equipe no monitoramento constante, com foco na prevenção ao invés da reação;
  4. Ferramentas digitais: desde planilhas bem organizadas até ERPs e softwares de dashboard que ajudam a monitorar indicadores;
  5. Atualizações regulares: revisões bienais exigidas pela NR 01 e auditorias internas simples podem manter a conformidade e preparar para imprevistos.

Empresas que adotam essa abordagem relatam mais estabilidade operacional, maior confiança de stakeholders e acesso facilitado a financiamentos.

Transformando risco em valor estratégico

Um dos maiores avanços em 2025 é a mudança de mentalidade: deixar de ver o risco como um custo e começar a encarar como fonte de geração de valor. Segundo a KPMG, 90% dos executivos entrevistados identificaram um aumento significativo na transformação do perfil de riscos, e 56% reconhecem que a gestão de riscos tem impacto direto na estratégia organizacional.

Ou seja, as empresas que antecipam cenários, ajustam seus planos e adotam uma postura proativa têm mais chances de crescer com consistência, mesmo em ambientes turbulentos.

Onde buscar apoio prático?

Para as MPEs que desejam iniciar ou evoluir na gestão de riscos, é recomendável:

  • Participar de programas de formação e consultoria gratuita do Sebrae;
  • Utilizar modelos prontos de plano de gestão de riscos (PGR);
  • Contratar consultorias especializadas quando o grau de risco for elevado;
  • Capacitar gestores e colaboradores com treinamentos introdutórios.

Em 2025, a gestão de riscos ultrapassa o campo do compliance para se tornar uma dimensão central da inteligência empresarial. Para as MPEs, isso significa organizar-se, monitorar continuamente e manter resiliência diante de incertezas. Investir nisso é garantir não apenas sobrevivência, mas crescimento sustentado.