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Governança Corporativa e Transparência na Gestão de Negócios

REVISADO POR :

jadson

Business people in a meeting

Em 2025, a governança corporativa deixou de ser um tema exclusivo de grandes corporações e passou a ser incorporada às estratégias de micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras. O amadurecimento do ecossistema empresarial nacional exigiu que empresas de todos os portes se adaptassem a um cenário mais exigente quanto à ética, à transparência e à responsabilidade socioambiental. Um estudo da Russell Reynolds Associates revelou que 64% das organizações ao redor do mundo estão priorizando diversidade, equidade e inclusão em seus conselhos — uma tendência que também se consolida no Brasil.

Essa mudança representa uma quebra de paradigma importante. Tradicionalmente, a governança era associada a estruturas corporativas complexas e distantes da realidade de pequenos negócios. No entanto, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) afirma que, mesmo com avanços entre empresas de médio e grande porte, a governança ainda é incipiente entre as MPEs, especialmente as de perfil familiar. O grande desafio em 2025 é demonstrar que governança não se trata de uma barreira burocrática, mas sim de uma poderosa ferramenta estratégica capaz de garantir perenidade, acesso a crédito e confiança do mercado.

Benefícios tangíveis para as MPEs

Segundo o blog da Auddas, empresas que adotam boas práticas de governança — como prestação de contas formal, regras claras de compliance, registro de atas e definição de papéis — apresentam maior facilidade de captação de recursos, menos conflitos internos e maior estabilidade nos negócios (blog.auddas.com). A formalização de processos também favorece relações mais sólidas com fornecedores e clientes, ampliando a confiabilidade da operação.

Em apoio a esse movimento, o Ministério do Empreendedorismo instituiu, em abril de 2025, um Comitê de Governança Estratégica voltado especialmente às micro e pequenas empresas. Essa ação tem como objetivo reforçar não apenas o cumprimento da legislação, mas também a efetividade dos processos internos, promovendo uma cultura de governança como meio de desenvolvimento econômico.

Pilares da governança moderna nas pequenas empresas

O avanço da governança nas MPEs tem ocorrido em três frentes principais:

  1. Diversidade nos conselhos: há uma crescente valorização da pluralidade de perspectivas, com inclusão de mulheres, pessoas negras, jovens e profissionais com vivências variadas);
  2. Ética e compliance: padrões ESG (ambiental, social e governança) são incorporados como guia de integridade, transparência e compromisso com o impacto social e ambiental;
  3. Sucessão e conselhos consultivos: em empresas familiares, a formação de conselhos e o planejamento sucessório são fundamentais para evitar conflitos e profissionalizar a gestão.

Esses pilares fortalecem os negócios, como evidencia o estudo da Russell Reynolds: conselhos modernos são mais inovadores, competitivos e orientados a resultados sustentáveis, impulsionando a geração de valor a longo prazo.

Ferramentas e boas práticas acessíveis

Hoje, já existem soluções acessíveis para implementar governança mesmo em estruturas enxutas. Pequenas empresas podem começar com medidas simples, como:

  • Redigir um estatuto interno com missão, visão e valores;
  • Formalizar reuniões de sócios com atas e pautas definidas;
  • Criar um conselho consultivo informal com profissionais de confiança;
  • Implementar políticas de prestação de contas e controles internos básicos;
  • Estabelecer código de conduta ética, aplicável a todos os envolvidos.

Essas ações não demandam altos investimentos e proporcionam benefícios importantes: redução de riscos, melhor tomada de decisão, clareza na divisão de responsabilidades e mais segurança jurídica.

Além disso, muitas instituições — como o próprio Sebrae — oferecem consultorias e materiais gratuitos sobre o tema.

Desafios e oportunidades

Apesar das vantagens, a adoção da governança ainda enfrenta desafios. A cultura do improviso, a falta de capacitação gerencial e a ideia de que a governança é “coisa de empresa grande” são obstáculos recorrentes. Em muitos casos, os empreendedores estão sobrecarregados com tarefas operacionais e não conseguem dedicar tempo à estruturação gerencial.

Para vencer essas barreiras, é essencial investir em capacitação — presencial ou online — e em ferramentas de gestão que simplifiquem os processos. Também é recomendável envolver os colaboradores no processo, construindo uma cultura organizacional baseada em valores e metas compartilhadas.

A governança corporativa nas micro e pequenas empresas em 2025 não é mais um luxo, mas uma necessidade estratégica. Estruturar minimamente os processos, estabelecer princípios éticos, adotar práticas de transparência e criar mecanismos de tomada de decisão colaborativa são ações que garantem segurança, atraem investimentos e fortalecem a reputação do negócio.

Ao adotar boas práticas de governança, a microempresa se prepara não apenas para crescer, mas para resistir a crises, reduzir riscos e se tornar mais profissional, competitiva e confiável.